terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Só uma luta de longo prazo resolverá.

Por Márcio Pires

Um diagnóstico totalmente preocupante. Se falarmos em área invadida não tem nenhum grupo de esquerda, nem partido comandando essa gigantesca invasão que ocupa entre 20% a 25% dos domicílios das principais cidades brasileiras, Portanto, a invasão de terra se torna comum e rotineira e a sociedade insiste em não ver esse fato.

A realidade é que as periferias são as que mais crescem em todas as cidades, estamos perdendo população urbana e ganhando população nas áreas de proteção dos mananciais,ou em áreas de risco, e tem gente que diz “tem que tirar porque está fora da lei”, as pessoas não estão lá porque são inimigas da lei e do meio ambiente, mas porque não cabem nem no mercado. As políticas públicas não cuidaram disso e por que elas vão para as áreas de proteção dos mananciais? Porque essa não interessa ao mercado. Em área que interessa ao mercado, a lei se aplica. Nas demais, não.

Qual o principal problema nisso tudo? Esse adensamento está trazendo problemas gravíssimos que impactam muito a saúde, por exemplo, as doenças respiratórias. Estamos falando verdadeiras invasões, onde um quarto fica no piso, cercado de construção por todos os lados, dormindo em cima de lajes e abaixo de lonas! Isso gera uma insalubridade muito grande.


Não é porque você pode eleger prefeito bem intencionado, ter planos e leis que se resolverá o problema habitacional. O problema é da valorização fundiária, da especulação, da nossa elite não conseguir conviver com os pobres. Há uma regra de fogo, de exclusão e de segregação nas cidades brasileiras, e da desigualdade sobre o uso do solo urbano.


O governo federal retomou a política de saneamento com o Projeto Piloto de Investimentos (PPI) de R$ 3 bilhões. Quanto à política habitacional, foi praticamente desenhada uma nova. Os investimentos começam em 2004 e crescem sem parar até chegar aos dias atuais. Portanto, o governo Lula começou essa retomada.


Agora (com a Minha Casa, Minha Vida) enfim é que a retomada ganha alguma expressão, mas ainda é pouco para o enfrentamento do tamanho do problema. A questão fundiária é uma delas.. Até existem prefeitos que querem resolver o problema, mas aí enfrentam o patrimonialismo que está na Câmara Municipal, no mercado imobiliário.


A Solução depende muito de grandes mudanças que estão na essência da alma brasileira, precisamos de transformações social, portanto só uma luta de longo prazo resolverá as mazelas que nos afrontam cotidianamente.



Márcio Pires

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